Uma jovem deu à luz uma menina saudável no mesmo hospital onde foi separada cirurgicamente de sua gêmea siamesa há 21 anos. Charity Lincoln Gutierrez-Vazquez, 21, e sua irmã gêmea, Kathleen, nasceram unidas, em 2000. As irmãs compartilhavam vários órgãos internos e uma perna fundida.
Quando elas tinham apenas sete meses, foram separadas com sucesso por um grupo de quase trinta médicos, enfermeiras e equipe de apoio no Centro Médico da Universidade de Washington, em Seattle, nos Estados Unidos. A cirurgia delicada gurou mais de 30 horas. Então, 21 anos depois, Charity deu as boas-vindas à Alora, por meio de uma cesariana"Parece um círculo completo, já que minha mãe nos teve aqui e tudo mais", disse ela ao Today.
A história de Charity e Kathleen ganhou as manchetes nacionais. "Isso é provavelmente tão complexo e difícil quanto qualquer coisa que fazemos ou fizemos", disse o cirurgião John Waldhausen ao noticiário, na época. As gêmeas foram submetidas a várias cirurgias após o procedimento pioneiro e voltaram às manchetes em 2016, quando comemoraram seu 16º aniversário com uma viagem a um restaurante mexicano.
Waldhausen manteve contato com as irmãs ao longo dos anos e foi uma das primeiras pessoas que Charity ligou quando soube que estava grávida. "Ele tem estado comigo por muito tempo", disse ela sobre o médico, a quem chama de "herói". Ele também comentou sobre seu papel em ajudar Charity a se tornar mãe. "Quando você está envolvido em uma operação como essa, você realmente espera poder criar uma vida inteira para alguém", disse ele. "E então ver isso acontecendo, o círculo realmente se fecha. Este é um grande dia para todos nós", completou.
Embora a bebê tenha nascido saudável, o médico admitiu que teve uma série de preocupações quando descobriu que ela estava grávida. “Eu não sabia se o útero dela permitiria que ela carregasse um filho. Eu não sabia se a reconstrução da parede abdominal dela permitiria que o abdômen se expandisse de tal forma que um bebê pudesse crescer", conta. O médico chamou sua colega e amiga, Edith Cheng, para supervisionar a gravidez e o parto de alto risco de Charity. Em entrevista ao Today, ela disse que estava preocupada que Charity estivesse em risco de parto prematuro, mas a jovem mãe conseguiu carregar sua filha por quase 34 semanas.
Uma equipe de 21 profissionais médicos ajudou a entregar Alora por meio de cesariana. Apedar de a recém-nascida ter sido levada à UTIN para receber oxigênio suplementar, ela e sua mãe estão saudáveis e passando bem, de acordo com os médicos. "Eu não diria que é um milagre. Eu diria que foi um triunfo médico", disse Waldhausen, e Cheng concordou. “O caso de Charity realmente é o círculo obstétrico completo", disse ela.
Kathleen, irmã gêmea Charity, já conheceu sua sobrinha por video chamada. Charity disse que se sente grata por todos os médicos que a ajudaram em sua vida. "Deus realmente me abençoou. Acho importante que as pessoas vejam que ainda estamos bem e que vivemos o melhor que podemos”, finalizou.
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