Patricia Maldonado, 45 anos, conta que ela e o marido, o apresentador Guilherme Arruda, passaram por uma "saia-justa" nesta quinta-feira (7), após a invasão ao Capitólio, em Washington. "Tínhamos acabado de chegar em casa, após uma viagem de férias. Liguei a TV e nos deparamos com a notícia. Ficamos meio 'paralisados', parecia cena de filme, e as meninas estavam com a gente", lembra.
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A jornalista conta que ontem foi justamente o primeiro dia de aula presencial das meninas — Nina, 10 anos, e Maitê, 8 anos — após quase um ano de aulas online. "Recebemos uma mensagem da escola das crianças pedindo que nós, pais, conversássemos com elas sobre o que aconteceu em Washington. Pediram para falarmos sobre a importância da tolerância e da civilidade e para encorajar as crianças para os dias de incerteza que virão. A mensagem dizia ainda que a escola apóia a livre expressão e as diferenças de opinião e que não quer que as emoções dessa situação que aconteceu hoje atrapalhem o ambiente escolar", comentou ela, em um post em suas redes sociais.
Em entrevista à CRESCER, Patricia disse que, depois disso, ela e o marido sentaram para conversar com as filhas. "A reação delas foi de medo. Uma perguntou: 'Se as pessoas conseguem entrar num lugar como esse, tão cheio de segurança, então elas conseguem fazer qualquer coisa. Não tem ninguém seguro mais?'. É muito dificil o papel de pai e mãe numa hora dessas... Explicar uma coisa que você nem sabe dizer. Elas fizeram perguntas que nem nós temos respostas. Bateu a insegurança em todo mundo. Foi muito complicado, porque a gente tentou deixá-las tranquilas ao mesmo tempo em que a gente não estava tranquilo e não sabia o que vinha pela frente", admitiu. "Acho que vão levar alguns anos para elas entenderem, de fato, a seriedade sobre o aconteceu", completou.
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"Assim como a escola, também achamos importantíssimo que as crianças entendam o que significou esse dia. É muito sério e, na minha opinião, entre tantas mensagens, a principal que tem que ficar depois desse episódio é: não importa de que lado você esteja, a violência nunca vence", disse. Patricia mora na Flórida com a família cerca de 6 anos. "Nas rodas de amigos, as pessoas se perguntam o que vai acontecer na posse, depois que o presidente tomar posse, se o atual presidente estará presente na cerimônia... Se no Brasil já existem esses quetionamentos, aqui é muito maior. Não sabemos se terão ondas de protestos, se vai abalar a segurança do país como um todo...", finalizou.
Sobre as aulas presenciais, ela disse. "Elas não iam para a escola desde março, estavam só com aula online, mas optamos por deixá-las voltarem para a escola até segunda ordem. Ontem (7) foi primeiro dia depois depois de um ano estudando em casa. Elas estavam muito felizes. Mas, se as coisas começarem a ficar mais preocupantes do que estão, confesso que vou trazê-las de volta para debaixo da minha asa", finalizou.
from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Educacao-Comportamento/noticia/2021/01/capitolio-recebemos-mensagem-da-escola-pedindo-que-nos-pais-conversassemos-com-os-filhos-sobre-o-que-aconteceu-diz-mae.html