Um estudo divulgado no dia 13 de janeiro pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês) sugere que há um aumento progressivo de casos de covid-19 entre crianças e jovens adultos de até 24 anos, conforme avalia-se um avanço das faixas etárias - o que pode representar um contágio maior relacionado à reabertura das universidades do que das escolas.
Segundo o levantamento, a incidência relatada entre crianças, adolescentes e adultos jovens aumentou com a idade. Entre as crianças de 0 a 10 anos, a incidência e a porcentagem de resultados positivos do teste foram consistentemente menores do que entre os grupos de idade mais avançada.
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A pesquisa levou em consideração o período de 1 de março a 12 de dezembro de 2020, em que mais de 2,8 milhões de casos da doença foram confirmados entre pessoas de até 24 anos nos EUA. Desse público, 57,4% dos infectados estavam na faixa de 18 a 24 anos, 16,3% tinham entre 14 e 17 anos, 7,9% entre 11 a 13 anos, 10,9% eram crianças de 5 a 10 anos e 7,4% representam as crianças menores, de 0 a 4 anos.
O aumento nos casos da doença entre as idades de 18 a 24 anos foi maior do que em outras faixas etárias, sugerindo que os jovens adultos podem contribuir mais para a transmissão na comunidade do que crianças mais novas. Durante a semana de 6 de setembro, a incidência da doença entre pessoas desta faixa etária teve um aumento significativo, fato que pode ser atribuído à retomada das aulas nas faculdades locais.
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Os pesquisadores descobriram ainda que a incidência de covid-19 em locais onde escolas de ensino fundamental e médio oferecem educação presencial foi semelhante ao de locais que oferecem apenas educação virtual/online.
Em contrapartida, evidências apontam para o aumento da incidência em comunidades onde as instituições de ensino superior foram reabertas para ensino presencial. Isso sugere que os riscos associados à reabertura de creches e escolas de ensino fundamental podem ser menores do que a reabertura de escolas de segundo grau e instituições de ensino superior.
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Outro dado relevante é que os números não indicam que os aumentos na incidência ou porcentagem de resultados de teste positivos entre adultos foram precedidos por aumentos entre crianças e adolescentes em idade pré-escolar e escolar. Em contrapartida, a incidência entre os adultos jovens (de 18 a 24 anos) foi maior do que em outras faixas etárias durante o verão e outono, com picos em meados de julho e início de setembro que precederam os aumentos entre outras faixas etárias, sugerindo que os adultos jovens podem contribuir mais para a transmissão comunitária do que as crianças mais novas.
“Para que as escolas operem com segurança para acomodar a aprendizagem presencial, as comunidades devem implementar totalmente as várias estratégias de prevenção, especialmente o mascaramento universal e adequado, para reduzir a incidência de covid-19 nas escolas e proteger alunos, professores e funcionários”, recomendaram os pesquisadores.
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