Thursday, February 21, 2019

Polícia investiga casais russos que tiveram filhos em Florianópolis (SC) e sumiram

Bebê sendo amamentado (Foto: Studio 7042/Pexels)

 

A Polícia Federal  está investigando a suspeita de tráfico de crianças em Florianópolis (SC). A suspeita foi levantada pelo Conselho Tutelar, que denunciou alguns caso ao Ministério Público.

Segundo o Conselho Tutelar, desde 2014 a 2018, pelo menos sete casais russos estiveram em Florianópolis, aparentemente para terem os filhos e depois se deslocarem a locais incertos com as crianças. Isso ocorreu em pelo menos seis casos, segundo informou o site ND mais, de Santa Catarina.

São apontadas suspeitas de inconsistências de informações prestadas pelos pais, como a falta de ligações das famílias com a cidade e justificativas frágeis sobre a vinda a Florianópolis. Na denúncia encaminhada o Ministério Público, uma das conselheiras alerta o seguinte:

“Motivo do Encaminhamento: suspeita de tráfico de crianças. Família Russa, várias mães russas tiveram filhos nesta Capital, o Conselho não encontrou mais a família”, justificou a conselheira.

Em um dos casos, de uma criança que nasceu em maio de 2018, as conselheiras chegaram a conseguir contato com a mãe da criança através de uma tradutora. Apesar de recém-nascida, a criança já possuía passaporte e o pai, segundo o relato, estava na Rússia tratando da mudança deles para o Brasil. Apesar de ter informado que estariam no endereço fornecido na maternidade, após o contato eles não foram mais encontrados.

O mesmo ocorreu com a família de uma criança que nasceu em agosto de 2018, também em Florianópolis. O Conselho Tutelar de Florianópolis recebeu denúncia de que um recém-nascido filho de pais russos estaria sob os cuidados de um adolescente juntamente com outras crianças, o que poderia caracterizar abandono de incapaz. Ao investigar nem a família nem as crianças não foram encontradas.

Em outro, o promotor Marcelo Wegner, da 9ª Promotoria de Justiça da Capital, apontou “incongruências” nas alegações do pai da criança acolhida no início de fevereiro, que justificou a vinda da família ao Brasil para vender uma tecnologia “sem especificar do que se trata, referindo, inclusive, que não tinha sequer um contato para buscar possível comprador”, segundo narrou o promotor.

Em quatro situações, os russos usaram “tradutoras de aluguel” para se comunicar com as equipes médicas. E apesar de as tradutoras sempre se apresentarem com o mesmo nome, se tratavam de pessoas diferentes e que também nunca foram localizadas nos endereços fornecidos pelas mães.

O assunto só veio à tona nesta terça-feira (19), após o portal JusCatarina, especializado em notícias jurídicas, informar duas decisões do desembargador Selso de Oliveira para investigar as suspeitas de tráfico de crianças de pais russos. 

 

 



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