A eficácia da Coronavac — vacina contra a covid desenvolvida em parceria pelo Instituto Butantan, em Sao Paulo, e a farmacêutica chinesa Sinovac — ainda está em análise pela Anvisa. Independemente disso, governos e prefeituras já se preparam para o retorno das aulas presenciais em 2021. Como estudos já comprovaram que as crianças têm um papel menos expressivo em casos de gravidade e transmissibilidade da vacina, a discussão, agora, gira em torno dos profissionais de educação. Afinal, eles terão prioridade no cronograma de vacinação?
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No dia 9 de dezembro de 2010, o Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior particular enviou um ofício ao Ministério da Saúde (MS) solicitando justamente a inclusão dos educadores no grupo prioritário de vacinação. Na última semana, o MS respondeu confirmando que os professores estão entre os grupos prioritários, assim como anunciado no Plano Nacional de Vacinação, divulgado em 16 de dezembro.
Em resposta ao Fórum, o MS afirmou:
"A vacinação será inicialmente voltada aos grupos de maior risco para agravamento e óbito, assim estarão contemplados nas primeiras fases de vacinação a população pertencente aos grupos de trabalhadores da área da saúde (incluindo profissionais da saúde, profissionais de apoio, cuidadores de idosos, entre outros); pessoas de 60 anos ou mais institucionalizadas, população idosa (60 anos ou mais); indígenas aldeados; comunidades tradicionais ribeirinhas e quilombolas; população em situação de rua; alguns grupos de comorbidades; trabalhadores da educação; pessoas com deficiência permanente severa; profissionais das forças de segurança e salvamento; funcionários do sistema de privação de liberdade; trabalhadores do transporte coletivo; profissionais dos transportadores rodoviários de carga e coletivos; e população privada de liberdade. Dessa forma, o grupo de profissionais da educação encontra-se contemplado como trabalhadores da educação dentre as prioridades elencadas, e não só os professores."
Apesar de afirmar que os profissionais da educação serão prioridade, o Ministério da Saúde não informou exatamente em qual fase eles serão incluídos. "Sem detalhamento. Primeiro saúde, depois educação", comentou a assessoria de imprensa do Fórum à CRESCER.
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Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (13), o secretário de educação do Estado de São paulo, Rossieli Soares, disse: "Defendemos que a vacina para professores seja uma prioridade. Se eu tenho menos vacina, precisamos começar pelos que mais precisam, que são as pessoas com mais de 60 anos, que estão falecendo. Ou seja, elas é que precisam receber primeiro. Os professores são prioridade, mas seguidos dos que mais precisam que é a população mais idosa. Assim que tivermos condição, haverá prioridade para os professores também". "No que tange à vacina, todos os critérios que estão sendo colcocados como critério de faixa etária vai incluir também grande parte dos profissionais da área de educação", completou o secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn.
Sobre a volta às aulas presenciais, o secretário Rossieli reafirmou que as crianças, especialmente de zero a 10 anos, não são vetores. "A coisa menos eficaz no combate ao covid é fechar escolas. A área da educação precisa ser essencial sempre, em todos os momentos. As redes muncipais podem ter calendários diferentes do nosso; é natural que as prefeituras tenham seus próprios calendários. Mas se elas não estiverem preparadas, que se preparem e resolvam o que for preciso. Mas tudo isso está sendo tratado e dialogado com os prefeitos e secretarias municipais de educação", afirmou. "Se tivermos na pior bandeira, a escola vai permanecer aberta, principalmente para aquele aluno que mais precisa", completou.
Rossieli ainda completou dizendo que professores e alunos que frequentaram as aulas desde setembro na rede estadual foram acompanhados de forma aleatória. "Qualquer aluno ou professor com sintoma era incorajado a ficar em casa e fazer a testagem em uma unidade de saúde. Com isso, criamos espaços de segurança dentro das escolas. O que não podemos é deixar as crianças nas ruas e na casa de vizinhos aglomerados com outras pessoas, pois aí, sim, há risco de contaminação", afirmou. "Do ponto de vista da área da saúde, a volta presencial controlada é segura para as crianças e todos que trabalham na escola. Hoje temos todo um protocolo nas escolas muito bem definido no sentido que sejam um ambiemte seguro para todos", finalizou Paulo Menezes, coordenador do Centro de Contingência da Covid-19.
Nossa equipe de reportagem entrou em contato com o Governo do Estado de São Paulo, assim como o Ministério da Saúde, para entender em qual fase especificamente do plano de imunização entram os profissionais de educação, mas nosso questionamento não foi respondido.
from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Saude/noticia/2021/01/professores-terao-prioridade-na-vacinacao-contra-covid.html