A Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) informou, por meio de uma nota, que o "Governo do Estado continua empreendendo todos os esforços para abastecer as unidades de saúde com oxigênio". Como as maternidades foram abastecidas nesta sexta-feira (15/01) e por se tratar de uma operação de risco, a secretaria afirmou que preferiu manter os 60 bebês prematuros que estão internados em UTIs de Manaus. Ainda segundo o Governo do Estado, não há previsão de transferência neste momento, mas a possibilidade também não está descartada, caso haja necessidade.
Na manhã de ontem (15), o Governo do Amazonas pediu para outros estados ajudarem com vagas para os 60 prematuros porque as crianças correm o risco de ficar sem oxigênio. O estado enfrenta falta de cilindros. Manaus registrou um aumento brusco de casos de covid e, consequentemente, a falta de leitos para internações e insumos. Á tarde, estados como São Paulo, por exemplo, afirmaram que disponibilizariam leitos para acolher todos os 60 bebês, se necessário.
FALTA MATERIAL E PROFISSIONAIS
Em entrevista à CRESCER, um profissional, que preferiu não se identificar e trabalha na linha de frente da Maternidade Dr. Moura Tapajóz (MMT), a única mantida pela Prefeitura de Manaus, confirmou que ontem à noite chegaram colindros para abastecer as UTIs. "São cilindros pequenos para fazer transporte. Manaus está se mobilizando. Foram feitas doações e hoje devem devem chegar mais", afirmou.
No entanto, segundo o profissional, também há problemas como a falta de equipamentos e EPIs para a proteção individual, além de pessoal para trabalhar no atendimento aos pacientes. "Muitos profissionais já que estão sendo infectados e, por isso, estão sendo afastados do serviço. E isso sobrecarrega os outros", complementou.
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O QUE DIZ A PREFEITURA
Nossa equipe tentou entrar em contato com a Prefeitura de Manaus, mas, até o momento, não tivemos retorno. No entanto, pelas redes sociais, o município garantiu que "não faltará oxigênio na maternidade Dr. Moura Tapajóz, localizada no bairro Compensa, na zona Oeste." O prefeito de manaus, David Almeida, explicou que o oxigênio que o município é suficiente para manter os serviços básicos que são obrigação da prefeitura. “Nas unidades do município, nós temos oxigênio para manter os serviços do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), da nossa maternidade (Moura Tapajóz) e do nosso abrigo de idosos, que muito necessitam. Temos mais algum tempo de oxigênio”, explicou.
David fez o comparativo de que durante o primeiro pico de Covid-19 na cidade, no ano passado, foram consumidos aproximadamente 30 mil metros cúbicos de oxigênio por dia. No entanto, nesse momento, seriam necessários 76 mil metros cúbicos para abastecer todas as unidades hospitalares da cidade. Por outro lado, segundo o prefeito, a capacidade de produção das usinas instaladas em Manaus é de apenas 35 mil metros cúbicos. Ele ainda classificou a quinta-feira (14) como “o dia mais triste da história de Manaus” e solicitou a ajuda de outros estados para o enfrentamento à pandemia e suporte aos pacientes mais agravados. “Nós precisamos que os Estados que têm esse produto, esse insumo, nos ajudem. A nossa necessidade é muito grande”, desabafou.
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