Cada família tem um modo de discutir e dialogar, mas existem alguns padrões que se repetem em diferentes casas. Com o objetivo de identificar os perfis de cuidado dos adultos e as reações mais comuns entre as crianças nas famílias brasileiras, pesquisadores entrevistaram 1.083 pais e filhos (entre 6 e 9 anos de idade) das regiões Sudeste, Sul, Nordeste e Centro-Oeste. O estudo, disponível na Plataforma Gente, foi produzido pelo Gloob.
Os pesquisadores fizeram perguntas sobre o cotidiano das famílias e seu modo de agir em situações em que precisavam negociar ou impor limites às crianças. Entre os pais, o perfil de cuidado mais comum, relatado por 41% deles, foi chamado de “balança”. São pais que prezam pela ponderação e levam em consideração as opiniões dos filhos na tomada de decisões. As principais características desse grupo são: “estimular a curiosidade e auto expressão da criança”, e a negociação frequente de assuntos familiares com os pequenos.
O segundo perfil mais comum, identificado em cerca de 37% dos pais, foi chamado de GPS. As principais características desse grupo são: “elevado nível de controle”, “regras e proibições rígidas” e “estrutura familiar hierárquica”. O último perfil encontrado pelos pesquisadores, presente em 22% dos pais, foi batizado de “Sinal Verde”. São pais pouco exigentes quanto à ordem, permitem que a criança regule suas próprias atividades e aceitam impulsos e desejos dos pequenos.
Em nota, Anna Mezashi, coordenadora de Inteligência e Pesquisa de Mercado da Unidade Infantil da Globosat afirmou que a diversidade entre as famílias brasileiras é grande. “Não existe um modelo certo ou errado, cada família tem o seu, o que importa mesmo é a presença do afeto e tempo de qualidade dedicado à criança para que ela cresça num ambiente acolhedor e seguro”, diz.
Os pesquisadores identificaram ainda modos de reagir das crianças que são mais comuns de acordo com os perfil de cuidado dos pais. De acordo com o estudo, filhos de pais “balança” têm mais chance de serem questionadores, colaborativos e espontâneas, os filhos dos pais “sinal verde” têm maior probabilidade de serem individualistas, curiosos e terem grande acesso a informações e estímulos e, por fim, os filhos de pais GPS têm mais chance de serem obedientes, pouco questionadores e de não expressarem suas vontades com frequência.
Os pesquisadores ressaltaram, porém, que as crianças e pais não ficam restritos a um único perfil, mas transitam entre eles de acordo com a situação.
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