Por volta dos 2 anos, o seu filho vai começar a expressar desejo de vestir ou não algumas peças de roupa. Ele pode se negar a colocar aquele casaco mais pesado ou se irritar diante da demora para fechar uma camisa com botões. Esses são os primeiros sinais do amadurecimento do desenvolvimento cognitivo, que engloba memória, raciocínio e flexibilidade de tarefas, além da capacidade de planejamento e execução de atividades.
“Sim, ainda é muito cedo para aprender a se vestir sozinho, mas o papel dos pais é justamente dar tempo e espaço para as crianças. É claro que vai ter bagunça e pouco êxito nas tarefas, mas o mais importante é a participação e o desenvolvimento da autonomia deles”, alerta a psicóloga Rita Calegari, coordenadora psicossocial da rede de hospitais São Camilo (SP). Há muito a fazer para tornar esse aprendizado divertido. Veja abaixo como você pode ajudar o pequeno nessa tarefa.
Em uma gaveta, separe as roupas de ficar em casa. Em outra, as de sair. Assim, o seu filho tem autonomia para optar livremente pelas peças que gostaria de vestir para brincar. “Ter liberdade de escolha é um exercício de autoconhecimento. Por isso, quando ele tomar a decisão, trate isso como algo especial e importante”, diz Rita.
Em alguns momentos não haverá saída. Em um dia frio ou para ir a uma festa, o pequeno terá de usar a roupa ou o casaco definido pelos pais. “Para diminuir a frustração, você pode deixar que ele selecione um dos looks prontos e escolha acessórios”, orienta a editora de moda da CRESCER Bárbara Chiré.
Diante de uma escolha, digamos, inusitada do seu filho, é preciso orientação.“Uma forma de driblar combinações excessivas, ou até mesmo quando o seu filho insiste em usar sempre a mesma roupa é propor o dia de uma determinada cor ou deixar que ele escolha apenas uma peça do look”, sugere Chiré.
Lembre-se que crianças não têm pressa. Para não atropelar o momento de escolher e vestir a roupa, prepare-se com antecedência. Se for conveniente, a seleção pode acontecer na noite anterior.
Se o seu filho ama dinossauros, tome cuidado para não oferecer sempre peças com o mesmo tema. Disponibilize opções coloridas, de malha, fáceis de vestir, para que a criança se sinta bem e confortável dentro de um novo repertório.
As crianças sentem-se empoderadas vestidas com a fantasia de seu personagem preferido. “Não há mal nisso, mas elas precisam seguir as regras. Não pode ir à escola assim todos os dias, e o seu filho tem de entender isso”, diz Rita Calegari.
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