Depois de estrear como roteirista de desenho animado voltado para o público infantil, Miguel Falabella se lança como autor de livros para crianças. Charlotte no Reino das Fadas do Dente (Editora Callis, 40 páginas) é o primeiro da série, com lançamento marcado para quarta-feira (5), em São Paulo. A obra tem ilustrações de Suppa, criadora da personagem, e conta como Charlotte Lunette - a mesma da série disponível no Youtube - ganhou os óculos mágicos que transformam a realidade e, assim, lhe mostram como as coisas deveriam ser no mundo ideal.
Depois de enxergar através dos óculos como o mundo deve ser, ela e seus amigos entendem de que maneira devem agir para chegar a um ambiente ideal, justo e ético. Assim, o quarto bagunçado vai ser arrumado, a praia suja vai ser varrida, o colega que sofre bullying será defendido. “Escrever para crianças é como escrever para adultos. Na verdade, a imaginação delas é mais fértil e mais interessante. Esta é, aliás, uma ótima oportunidade para plantar ideias boas, principalmente no Brasil”, diz o ator, que está em cartaz em São Paulo com o musical Annie, adaptado da Broadway, e que estreou no dia 31 de agosto último.
“Por causa da peça, tenho convivido muito com crianças. São 21 meninas com idades de 6 a 10 anos, todas encantadoras", diz o produtor da peça, e que também tem um papel no musical - careca, ele faz o antagonista, o bilionário Oliver Warbucks. Mas conviver com elas não é novidade. "Sou um pouco criança. O comediante nunca perde a porção criança. E tenho uma relação muito próxima com elas, desde o Sai de Baixo. As crianças gostavam do Caco - e gostam até hoje, porque assistem a reprises. Ele era meio Jerry Lewis, tinha um humor muito físico”, revela.
A proximidade com o público infantil fez Falabella, que completa 62 anos no dia 10 de outubro, refletir bastante sobre seus dias de criança. “O mundo delas é tão diferente do da minha infância. Tão jovens, já querem ser atrizes e inclusive já sabem todas as atrizes que interpretaram a Annie. A relação com a internet mudou a vida delas; são todas conectadas, têm ‘milhões de seguidores. Ainda assim, mantêm a poesia infância. A gente se pergunta: será que elas vão acreditar na Charlotte? Sim, elas compram a história”, diz. “É uma geração mais antenada, que sabe que se não houver mudanças radicais de comportamento, não terá futuro”.
A personagem foi criada por Suppa, que é autora de livros infantis. Ela conta que cerca de 20 escolas adotaram o livro original da Charlotte, de autoria dela, lançado em 2016. “Uma diretora me disse que a personagem tinha potencial”, diz a autora, que passou a caneta para Falabella, seu amigo de décadas, quando foi convidada a roteirizar as aventuras da menina na série disponível no Youtube. “Tudo aumentou de tamanho, pois na série é preciso criar situações. Então nada mais natural que ele assumisse a autoria também do livro”, diz a ilustradora.
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