Muitos pais acreditam que é mais frutífero intervir nos problemas comportamentais dos filhos quando são menores – e, por isso, mais maleáveis. No entanto, de acordo com um novo estudo da Universidade de Oxford (Inglaterra), as intervenções parentais são tão eficazes na idade escolar, quanto em crianças mais jovens.
O estudo é um dos primeiros a testar essa suposição de idade nas intervenções parentais e analisou dados de mais de 15 mil famílias de todo o mundo. A combinação de 150 testes não encontrou sólidas evidências de que quanto antes os pais intervirem, melhor: as crianças mais velhas teriam se beneficiado tanto quanto as mais jovens dessa participação na resolução de problemas de comportamento.
Frances Gardner, professor que liderou a equipe de pesquisa, ressalta que isso não é desculpa para os pais retardarem uma intervenção, já que crianças e famílias acabam sofrendo por mais tempo. “No que diz respeito às intervenções parentais comuns para reduzir os problemas de comportamento na infância, em vez de acreditar que quanto mais cedo melhor, devemos concluir que nunca é cedo demais e nunca é tarde demais”, resume.
Para Rita Calegari, psicóloga da Rede de Hospitais São Camilo de SP, os pais intervirem de forma assertiva e imediata após um comportamento inadequado, é de fato benéfico para todas as idades, desde que feito de forma apropriada. E isso, claro, também inclui levar em consideração a idade do seu filho. “A intervenção com uma criança pequena, geralmente, é a de pegar no colo, levar para longe da situação, especialmente se ele estiver correndo risco de se machucar, por exemplo. Já com uma criança de 8 anos, podemos focar no diálogo”, explica. “O importante é adequar a intervenção conforme a faixa etária, pois mesmo quando adultos, os filhos têm como referência os pais.”
A especialista ainda salienta que, apesar do estudo destacar a intervenção no sentido de disciplinar, proteger e evitar alguns comportamentos, a intervenção parental também é essencial em seu aspecto positivo, em forma de elogio, só para citar um exemplo. “Muitos pais deixam de reforçar algo que a criança precisa saber que está correto. Do mesmo jeito que corrigimos, precisamos valorizar os acertos. Isso é importante para que ela não fique com a impressão de que só recebe críticas (ou seja, faz tudo errado)”, afirma. Conclusão: eduque com amor, sempre. E, mesmo nos momentos mais difíceis, não desista!
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