Wednesday, May 23, 2018

Rótulos de alimentos devem mudar ainda em 2018

mulher; supermercado (Foto: ThinkStock)

Quando você vai ao supermercado e precisa comparar dois alimentos processados, sabe dizer qual deles é menos prejudicial para a saúde? Só de olhar o rótulo nutricional, sabe identificar qual tem menos gorduras, sódio e açúcar? Escolher o que vai ou não para o carrinho nem sempre é uma tarefa fácil, ainda mais quando as embalagens são cheias de informações em letras miúdas: ingredientes, porção, valores nutricionais… Mas uma decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pode mudar essa situação.

Na última segunda-feira (21), o órgão divulgou um relatório técnico que avalia formas de facilitar a leitura dos rótulos de alimentos. Esse é o primeiro passo para que as mudanças possam de fato acontecer. Desde 2014, a Anvisa tem estudado novas alternativas ao modelo de rotulagem existente hoje no Brasil. O objetivo é encontrar uma forma mais simples de passar as informações nutricionais ao consumidor. “As pessoas têm dificuldade de entender e utilizar a rotulagem nutricional. Isso prejudica a realização de escolhas alimentares conscientes”, disse Jarbas Barbosa, diretor-presidente da Anvisa, durante a divulgação do relatório.

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As propostas

 

O Brasil foi um dos primeiros países a adotar a rotulagem nutricional obrigatória. Desde 2003, as embalagens de alimentos devem deixar claras suas composições nutricionais. Nos últimos anos, porém, vários países têm repensado seus rótulos para facilitar o entendimento do consumidor. Chile, Canadá e Israel já fizeram mudanças. Segundo Jarbas, até o segundo semestre de 2018 o Brasil também deve entrar para essa lista, assim que for aprovada a resolução da Anvisa sobre rotulagem nutricional.

Para que isso aconteça, ainda é preciso que uma consulta pública seja realizada. A previsão é de que até o fim desta semana seja divulgada uma Tomada Pública de Subsídios (TPS) no site da Agência. Lá, a população e especialistas poderão opinar e sugerir mudanças para o modelo de rotulagem proposto.

A Anvisa defende que as informações nutricionais - como altos níveis de gordura, sódio  e açúcar - sejam estampadas na parte da frente das embalagens. Os alertas devem ser em forma de triângulo, círculo, triângulo ou tabelas. Após a decisão da consulta pública, o modelo escolhido deverá ser preenchido nas cores preta ou vermelha e estampar em caixa alta os avisos de excesso de componentes prejudiciais à saúde. O modelo é defendido pelo Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) e pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).

Modelo de rotulagem defendido pela Anvisa (Foto: Divulgação/ Anvisa)

 

“Hoje, a forma como as informações nutricionais são apresentadas muitas vezes leva a população a fazer escolhas alimentares pouco saudáveis. As informações relevantes ficam escondidas, quando deveriam estar em destaque para que as pessoas possam entender os potenciais riscos de alguns alimentos”, explica Ana Paula Bortoletto, nutricionista e líder do programa de alimentação saudável do Idec.

Antes de divulgar o relatório nesta segunda-feira (21) e determinar a sua preferência, a Anvisa analisou vários modelos de rotulagem. Ainda que o órgão tenha optado por levar o modelo de alerta frontal à consulta pública, Jarbas Barbosa afirmou que "não há consenso sobre os modelos que seriam efetivos para cada grupo de consumidores" e que "todas as propostas apresentadas possuem diversas limitações". A expectativa é que a consulta pública ajude a estabelecer soluções e a aprimorar o modelo de rotulagem proposto. Se aprovado, as empresas terão de 180 dias a um ano para se adequar às novas regras. 

Proposta da Anvisa sugere que sejam colocados alertas frontais nas embalagens (Foto: DIvulgação/Idec)

 

 

 

 

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selo app crescer (Foto: Crescer)

 

 



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