Uma mãe que passou por uma cesariana de emergência com 36 semanas de gestação, disse que a experiência de dar à luz com Covid-19 e sem o parceiro foi "muito assustadora". "No começo, eu não sabia como reagir, comecei a chorar. A parte mais difícil é não ter ninguém lá com você. Mas as parteiras foram maravilhosas e me ajudaram a passar por isso", disse Sabina, de Londres, em entrevista à BBC. A parteira Maggie Blott revelou que Sabina foi sua primeira paciente com coronavírus a passar por uma cesariana de emergência e, embora ela e sua equipe tenham realizado simulações para se preparar, a prática foi bem diferente. "Sabina estava ficando cada vez mais doente. Ninguém quer dar à luz um bebê quatro semanas antes, mas pensamos que era a coisa certa a fazer", lembra.
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No entanto, a maior dificuldade, segundo ela, foi trabalhar usando muitos equipamentos de proteção, que incluíam "máscaras pesadas e grossas, viseiras diante de nossos rostos, luvas e roupas extras". Além disso, "estava muito quente", continuou ela. "As salas de cirurgia são lugares bastante quentes por causa das luzes de operação, mas com máscaras tão grandes, ficou claro muito rapidamente é que não podíamos nos ouvir. Ela abafa tanto o som que tivemos que começar a gritar, o que é um pouco irritante quando você pode se ouvir gritando e está operando. A comunicação é muito importante nessa situação, então, nós todos tivemos que levantar a voz e falar um pouco mais alto. Tudo isso, é claro, com uma 'pitada' de estresse", conta.
"No começo, fiquei triste porque meu marido não podia estar lá, mas resolvi focar em melhorar. Depois, fiquei realmente preocupada com o bebê, mas me disseram que ela estava bem", disse Sabrina. Felizmente, após a cesárea, o quadro de saúde da mãe começou a melhorar. "Meu marido foi autorizado a ficar comigo depois do parto. Sou muito grata por isso e acho que me ajudou a enfrentar", afirmou. Maggie disse que os médicos tomaram a decisão de manter Sabina e Emma juntas, pois ambas estivam bem. A mãe foi aconselhada a seguir os procedimentos de higiene, incluindo o uso de máscara enquanto amamentava. "O risco de o bebê contrair o vírus é muito pequeno, até onde sabemos", disse ela.
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