Foi-se o tempo em que as pessoas diziam "mas você não tem mais idade" para as mães que gostavam de se jogar numa balada. Foi-se o tempo em que idade definia comportamentos. Hoje, tem gente que é jovem com 80 anos e tem gente "na flor da idade" que não sai da frente da Netflix.
Pois com as mães é a mesma coisa. Não é porque a gente tem um, três ou cinco filhos que o mundo lá fora fechou a porta pra nós. Ao contrário, ficamos tão imersas na função, que bem merecemos uns dias de anarquia geral.
E o carnaval é muito propício para ser adotado por mães (e pais) que querem dançar até cair e tomar uma bebidinha a mais. Os blocos são todos durante o dia, o que não inverte a lógica ao qual nosso corpo parental está tão acostumado. Abre os trabalhos logo depois das onze e se o dia for muito louco, às dez da noite você está na cama! Nada de sair de casa à meia noite e chegar na boate ou na festinha bocejando. O carnaval é maravilhosamente materno!
Mas o agendamento dos avós, tios ou amigos é fundamental. Claro que é divertido levar as crianças para o bloco infantil, mas isso não tem nada a ver com cair na farra no meio da multidão, né? O que eu estou falando aqui é de esbórnia, coisa que todas nós merecemos.
Maiô, tênis, pochete, muito brilho e suor. Drink numa mão e água na outra. Se for mãe separada, aproveita para paquerar, liga o Tinder online e o Tinder offline que o carnaval é quente. Se for casal casado, aproveita pra beijar muito, namorar como nos velhos tempos, quando a gente não tinha hora pra voltar e se agarrava pela rua feito adolescentes.
Porque se tem uma coisa que rejuvenesce, ela se chama carnaval! É botar a purpurina na cara e o pé no asfalto pra ficar animado e jovem de novo. Não importa se ontem você estava fazendo planilha com os boletos e indo dormir ao som de "cai cai balão".
E se alguém fizer cara de horrorizado porque você está tomando uma catuaba e perguntar: "Mas e as crianças?", você diz que elas não gostam de catuaba e nem de muvuca.
O ideal é agendar uma viagem para os pequenos, para você poder curtir a vibe carnavalesca como se deve, com dias inteiros para agitar e se recuperar na medida certa. Mas como nem sempre isso é possível, escolha seu bloco e tire ao menos 24h para curtir o aquecimento,
o percurso pela cidade, a música, o retorno, o lanche da volta e a noite de sono para que a juventude não vire uma ressaca monstruosa.
Mães e pais que pulam carnaval tem filhos mais felizes. Dizem. :)
Lia Bock é jornalista, escritora e mãe de 4 crianças. É autora do Meu primeiro livro, um diário inclusivo para registro dos primeiros anos de vida e do Manual do mimimi, com crônicas sobre relacionamento. Também é colunista do UOL e editora da Plataforma Hysteria. Na sua casa todos podem riscar a parede e comer a sobremesa na frente da TV
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from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Colunistas/Lia-Bock-Meus-filhos-minhas-regras/noticia/2020/02/e-carnaval-hora-de-desgarrar-das-criancas-levar-o-drink-na-pochete-e-se-jogar-nos-blocos.html