Acordo sempre acabada, porque minha filha de 1 ano e 5 meses mama muito durante a noite. O que eu faço? Maria Yasmin Vieira Galli, via Instagram
Todos sabemos que o leite do peito é o melhor alimento para os bebês. Por isso, primeiro, parabéns pelo sucesso e pelo tempo de amamentação. No entanto, crianças com mais de 1 ano não têm necessidade de muitos despertares noturnos para mamar. Sob o ponto de vista nutricional, sua filha deve estar crescendo e ganhando peso adequadamente com frutas, almoço e jantar. Por isso, pode ser que ela esteja acordando não por fome, mas por outra razão que não seja a necessidade de nutrição. Assim, é importante que você converse com o pediatra para investigar por que a pequena está despertando tantas vezes. Identificando a causa, fica mais fácil solucionar a questão.
As brincadeiras durante a festa vão depender da idade das crianças e do local do evento. Se você for fazer em casa, vale sempre pensar na possibilidade de um recreador para entreter os pequenos. As clássicas, como esconde-esconde e oficina de artes, são sempre ótimas alternativas. Elas podem ter relação com o tema, como fazer a máscara de um personagem. A oficina de slime continua em alta e é sucesso garantido.
2 - FESTAS TEMÁTICAS
Noite do pijama merece não só decoração exclusiva, mas também brincadeiras que combinem com a proposta da festa e que “cansem” bastante as crianças. Assim, elas não dormem tão tarde... Normalmente, as empresas têm pacotes personalizados para esse tipo de festa, com brincadeiras, como desfile de pijamas e guerra de travesseiros. Já a celebração no estilo pool party tem de ter brincadeiras refrescantes, certo? Na piscina ou fora dela, com baldes e bexigas cheias de água, dá para se divertir bastante.
3 - SHOW TIME!
Hoje, é comum (e esperado) encontrar alguma atração a mais, como teatro, mágico, contação de história ou show musical. Informe-se se a empresa de recreação oferece esse tipo de serviço também.
DICA
Você sempre fica na dúvida que tipo de entretenimento oferecer na festa? Mais uma vez, vale escutar o seu filho. Do que ele mais gosta? Das agitadas, de correr? Ou das mais imaginativas, de faz de conta?
Verão, férias, calor... que delícia! Mas, infelizmente, nem tudo são flores quando essa temporada tão esperada chega. Porque com ela, surgem também alguns problemas que dão o ar da graça justamente por causa dos dias quentes. A otite é um deles. Em um levantamento feito pelo Sabará Hospital Infantil (SP), em 2018, houve 437 diagnósticos de otite externa no atendimento de urgência nos meses de primavera/verão ante 197 nos meses de outono/inverno. O problema é bastante comum no mundo inteiro. Segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças, agência do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, 2,4 milhões de consultas médicas resultaram em diagnóstico de otite externa.
A maior incidência é durante os meses de verão porque, nessa época, além do calor, há mais contato com a água do mar e da piscina – fatores que contribuem para o aparecimento do problema. “A otite externa é uma infecção bacteriana da pele do canal do ouvido, geralmente provocada pela exposição à água. Também pode ocorrer em função de pequenos traumatismos feitos, por exemplo, com hastes flexíveis de algodão”, explica o otorrinolaringologista Robinson Koji Tsuji, do Sabará Hospital Infantil (SP).
No segundo caso, acontece com mais facilidade se o conduto (a parte de dentro do ouvido que limpamos com hastes flexíveis) tem uma obstrução anatômica, ou seja, é um pouco mais estreito, ficando sujeito a sofrer machucados na hora em que se faz a higiene do ouvido.
A otite externa também é conhecida como “de nadador”, pois surge com mais frequência em quem está sempre na piscina. “Existe relação entre natação e maior incidência da doença em bebês, tanto na otite externa quanto na otite média [que você verá mais a seguir], apresentando uma prevalência duas vezes maior entre os nadadores”, lembra Tsuji. Portanto, uma das formas de prevenir é secar bem os ouvidos após banhos e mergulhos na água. “Isso pode ser feito com haste flexível, mas apenas no início do canal do ouvido. Nunca ela deve ser inserida lá dentro, porque pode provocar traumatismos no canal e até na membrana do tímpano. A forma mais segura de secar a orelha é inclinar a cabeça da criança para o lado e, com o dedo envolto em um pano delicado, fazer um movimento, balançando-a. Isso faz a água sair pela gravidade”, explica o especialista. Outra maneira de evitar o problema é fugir de piscinas com qualidade da água duvidosa, que, aliás, pode levar a outros problemas.
Incômodo e dor
A otite externa causa dor, que pode ser leve ou bem forte. “A pele do conduto fica vermelha e inflamada. Em alguns casos, a área pode se tornar bastante sensível, a ponto de a criança sentir dor até na hora de vestir uma blusa e a gola raspar na orelha”, afirma a otorrinolaringologista Luci Black Tabacow Hidal, do Hospital Albert Einstein (SP).
Entre as providências emergenciais para aliviar o desconforto, há pais que costumam recorrer a compressas mornas para ajudar a amenizar a dor. Funciona? Segundo os pediatras, como o calor tem um efeito analgésico, pode aliviar momentaneamente, mas o efeito é limitado. E atenção à temperatura, que deve ser morna para não queimar a pele sensível da criança.
Para fazer o diagnóstico de otite, é preciso levar a criança ao pediatra, que fará um exame físico usando um aparelho chamado otoscópio. Você já deve ter visto: é aquele com uma luzinha que o médico aproxima da entrada da orelha.
O tratamento da otite externa costuma ser feito com analgésico para aliviar a dor e antibiótico tópico em gotas, por se tratar de uma infecção localizada no canal auditivo externo. Em casos mais graves, pode ser ministrado também antibiótico via oral. É importante consultar um médico, porque só ele vai saber qual o estágio do problema e indicar os cuidados mais adequados.
Minha filha tem 4 anos e ainda usa chupeta. Tento não ter pena, mas, para mim, é difícil tirar isso dela. Rose Matos, via Instagram
Depois dos 2 anos, as crianças precisam fazer muitos progressos no sentido de abandonar hábitos característicos dos bebês. Começa, em geral, com o desfralde, passando pela troca da mamadeira pelo copo e o “abandono” da chupeta. Não é fácil adquirir tantos costumes novos de uma vez. Essa compreensão é relevante para ajudar vocês, pais, a não fazerem pressão excessiva, pois as crianças tendem a se apegar ainda mais ao objeto, com medo de perdê-lo para sempre. Aos 4 anos, sua filha já tem condições de entender “combinados” que vocês podem fazer: o primeiro é limitar o uso da chupeta só à hora de dormir. Depois de um tempo, tente combinar que ela a dê de presente para alguém. Logo ela deixará a chupeta.
Meu filho tem 4 anos e ainda não consegue fazer cocô na privada. Como ajudá-lo? Cristiane Lavorenti, via Instagram
O desfralde diurno, normalmente, acontece entre 2 e 3 anos. O noturno pode demorar mais um pouco, chegando aos 4 ou 5 anos. No entanto, algumas crianças “travam” e não conseguem fazer o cocô na privada. Pedem para colocar a fralda quando sentem vontade e, por vezes, até se escondem. Nesse caso, o melhor a fazer é não pressionar o seu filho, pois o estresse pode deixar o pequeno mais desconfortável e pouco apto a evoluir. Portanto, deixe-o confortável e não faça pressão, mesmo que ele ainda não use a privada. A minha dica é, mais ou menos uma vez por semana, conversar com ele sobre o assunto e perguntar se ele gostaria de usar a privada. Você verá que ele logo, logo, vai conseguir.
Se você vai comemorar em casa e não quer contratar garçom, uma boa solução é montar ilhas gastronômicas, uma delas, para atender os adultos. Pode ter uma mesa com os salgados, outra com doces e outra com bebidas, por exemplo. Isso deixa tudo mais dinâmico: os convidados não precisam ficar sentados à mesa ou ansiosos, esperando a comida passar. E você também economiza com alguém para servir e deixa as pessoas bem mais à vontade. Apenas não esqueça de repor os alimentos, sempre!
2 - SABORES
Se quiser servir suco natural, os mais indicados são os de abacaxi, morango e acerola, pois não escurecem ou amargam. Água de coco também é uma boa opção, pois é bem-aceita pelas crianças.
3 - BEM NUTRITIVO
É interessante manter uma estação de frutas ou comidas mais saudáveis. A nutricionista infantil Veridiane Sirota, de Curitiba (PR), tem algumas dicas, como geladinhos caseiros à base de frutas e sanduíches naturais. “Ainda dá para oferecer as frutas em copos, pois podem ser mais bem-aceitas. Para ficar muito apetitoso, para o paladar e a visão, você ainda pode organizá-las como um arco-íris, em camadas”, sugere.
4 - MESAS BAIXAS
“Antes, o mais comum era montar uma ‘estação’ de doces intocável. Ainda dá para fazer assim, mas é legal dispor também de outra mesa menor e mais baixa, voltada para as crianças”, diz Renata Bastos, da Felicità Festa, de São Paulo (SP). Assim elas não precisam passar vontade e esperar o “parabéns” para comer um delicioso brigadeiro.
5 - NA SUJEIRA
Quanto às bebidas, se não tiver garçom, o melhor é deixar em uma mesa onde os convidados possam se servir normalmente. Uma dica é deixar sucos naturais e até água saborizada em suqueiras que, aliás, ficam lindas e ajudam a decorar. Use canetinha ou uma plaquinha de lousa para informar o sabor.
6 - APETRECHOS AMIGOS DO MEIO AMBIENTE
As bebidas ganham um charme extra se forem servidas com canudos recicláveis coloridos e, para a festa ser o mais sustentável possível, que tal usar taças ou copos de plástico duro, que podem ser reutilizados depois ou até mesmo ser levado como lembrancinha? Os copos personalizados podem ter o nome do aniversariante, a idade ou, ainda, uma frase para o convidado sempre lembrar da festa. Use a imaginação!
7 - COM A CARA DA FESTA
Aproveite o tema da celebração para personalizar tudo. Tudo mesmo! Até as garrafinhas e copos que serão usados para as bebidas. Capinhas de super-herói, lápis de cor, florzinha de feltro, apliques em craft ou até desenhos feitos com caneta permanente podem ser utilizados. Além dos utensílios ficarem mais bonitos, dependendo do material você ainda deixa os objetos mais fáceis e firmes para mãos pequenas segurá-los.
8 - PIQUENIQUE
Uma ideia legal, tanto para festa em casa como em bufê, é fazer “a hora do piquenique”. Assim, as crianças encaram esse momento como uma brincadeira, aproveitam para comer todos juntos e não vão para casa com fome.
1. Museu da Natureza (PI)
Localizado próximo ao Parque Nacional da Serra da Capivara, local que abriga o maior número de sítios pré-históricos da América, o museu é um ponto turístico obrigatório para os fãs da ciência. O público é levado a uma “viagem multissensorial” que reconta a história do universo até o surgimento das primeiras populações primitivas do Brasil, que chegaram ao sul do Piauí há pelo menos 50 mil anos. O ingresso para o museu custa entre R$ 15 (crianças e estudantes) e R$ 30 (adulto). (fumdham.org.br/museus)
2. Sítio do Carroção (SP)
Em Tatuí, a duas horas da capital paulista, as crianças aprendem história e ciência na prática, durante a estadia no acampamento de férias do Carroção. Caverna com águas aquecidas, estalagmites e estalactites, parque paleontológico com réplica de fósseis como um Tiranossauro Rex e pinturas rupestres, são algumas das atrações. Os pequenos ainda viajam para outras épocas, conhecendo um labirinto medieval, uma caravela de Cabral e um avião da Segunda Guerra perdido na Mata Atlântica. O acampamento dura uma semana. Crianças e adolescentes, de 5 a 16 anos, R$ 5.199 (preço para janeiro). (carrocao.com)
3. Museu das Minas e do Metal (MG)
No centro de Belo Horizonte, o Prédio Rosa abriga a história de minas e metais com milhões de anos em exposições interativas voltadas para adultos e crianças. Em uma das salas do museu, a Chão de Estrelas, os visitantes podem observar com detalhes algumas riquezas minerais do subsolo do planeta por meio de lunetas. O acervo conta com cerca de 400 espécies minerais e preciosidades, como o maior cristal de crichtonita do mundo, revelando a beleza da grafita ao diamante. A entrada é gratuita e crianças e adolescentes menores de 13 anos devem estar acompanhadas pelos pais. (mmgerdau.org.br)
Você deve se lembrar do famoso teste do marshmallow, realizado nos anos 60, para avaliar o autocontrole de crianças de 7 a 9 anos. Elas poderiam escolher entre atacar o doce imediatamente ou esperar o retorno do pesquisador e ganhar duas guloseimas. O resultado mostrou que aquelas que conseguiam aguardar a recompensa em dobro tiveram mais sucesso na vida adulta. Uma nova versão da pesquisa acaba de ser realizada por cientistas canadenses usando os dados de 2.850 participantes de um estudo longitudinal (realizado por um longo período) com crianças pré-escolares de Quebec (Canadá). Mais tarde, elas foram rastreadas dos 33 aos 35 anos. Dessa vez, os cientistas descobriram que prestar atenção, ou seja, manter o foco, é o principal fator que contribui para o sucesso de uma criança no futuro. Por outro lado, as mais sociáveis têm mais chances de garantir melhores salários anos mais tarde. Ou seja, esse estudo revelou que foco e sociabilidade têm a ver com sucesso no futuro. “Aos pais, cabe o papel de acolher, incentivar o pequeno a expressar seus sentimentos e enfrentar as frustrações. Dessa forma, favorecemos a autoestima, o desenvolvimento cognitivo e a empatia. Tudo isso, certamente, fará diferença no futuro”, explica a pediatra Gabriela Judith Crenzel, do Grupo de Trabalho sobre Saúde Mental da Sociedade Brasileira de Pediatria.
Estou com nove semanas de gestação, e acordo no meio da noite com uma vontade imensa de comer. Isso tem atrapalhado minhas noites de sono. Tem alguma maneira de evitar? Dora Vieira, via Instagram
Muitas mulheres tendem a comer demias como forma de amenizar a ansiedade ocasionada pela gravidez. É o que chamamos de compulsão alimentar, ou seja, um descontrole resultante de aspectos psicoemocionais. O desejo por comida, alimentos exóticos e estranhos também é bastante comum durante esse período, o que acaba contribuindo para o excesso de peso. Controle sua ansiedade ao longo do dia com exercícios autorizados pelo seu médico e técnicas de relaxamento. Antes de dormir, garanta que você fique saciada, fazendo um lanche leve com frutas ou legumes no vapor.
A festa já está organizada, mas ainda falta a tradicional lembrancinha? Além de charmosas, é uma ótima maneira de agradecer a presença de quem marcou presença. Mas se você está sem criatividade para pensar em algo diferente, aqui vão quatro sugestões — cada uma com uma proposta diferente. Confira!
1 - ESTA É DE COMER
Hora de agradecer a presença dos convidados! A lembrancinha vai variar de acordo com o orçamento da festança. Se não sobrou muito dinheiro, uma marmitinha ou sacolinha para os amigos levarem doces para casa não é novidade, mas continua sendo uma opção simpática.
2 - DENTRO DO TEMA
Para festas do pijama, as lembrancinhas mais comuns são pijamas (claro!), máscara
para dormir, chinelos ou nécessaire para guardar itens de higiene. Também dá para fazer o kit completo.
3 - PARA USAR
Se der para criar algo mais personalizado, vale pensar em itens úteis, que tenham sentido como, por exemplo, uma luminária de nuvem.
4 - DIVERTIDA
Brinquedos sempre fazem sucesso. Tente pensar em algo relacionado ao tema da festa ou que o aniversariante goste muito. Também é possível criar brinquedos personalizados em
papelaria, como um teatrinho ou este jogo da memória.
O convite em papel é mais utilizado para mandar na agenda da escola, caso você prefira, ou para enviar a algum familiar que não tenha costume de usar celular ou e-mail. E também quando o orçamento permite que você invista em algo mais bacana, claro.
2 - CHAMADO DIGITAL
Não há segredo quando o assunto é o convite da festa. Hoje, o que mais se usa e funciona é mandar pelo WhatsApp, mesmo. E aí pode ser um arquivo de foto ou um convite animado, desde que não seja pesado ou em algum formato que nem todos consigam abrir. Uma dica para não esquecer de convidar ninguém é fazer um grupo só da festa e mandar, para todos, o save the date (reserve a data) e, depois, o convite com os dados sobre a festa!
3 - NO CLIMA...
Uma dica para convites mais elaborados é fazer o convidado já ir entrando no espírito da festa, inserindo, inclusive, algum elemento que ele possa usar no dia do aniversário. Máscara, capa de super-herói, varinha, nariz de palhaço...
Com 12 semanas de gravidez já não consigo usar minhas camisetas, porque meus seios aumentaram de tamanho. Eles vão diminuir ao longo da gestação ou só depois do parto? Ana Júlia Cardoso, via Instagram
Para produzirem leite e se tornarem aptas à amamentação, as mamas precisam mudar sua forma natural. Esse processo é iniciado pela secreção de hormônios, substâncias químicas como o estrogênio e a progesterona, que causam transformações no funcionamento de nossos órgãos. A gravidez é o período da vida da mulher em que as mamas sofrem as mudanças mais drásticas para permitir a produção e a passagem do leite. Às vezes, as alterações das mamas são rápidas, logo após a concepção, e em outras, mais sutis. Em ambos os casos, não há motivo para se preocupar.
Um novo ano está começando e que tal aproveitar o momento para mudar alguns pensamentos e atitudes? Quando a mudança começa do interior, tem mais chances de dar certo. Aceite-se, entenda e situação e proteja sua mente de idealizações que são quase impossíveis de serem alcançadas. Confira 3 dicas!
1. BAIXE ESSE SARRAFO!
A palavra sarrafo é muito usada pela psicanalista Vera Iaconelli para falar das ansiedades que ela identifica em seus pacientes. O sarrafo, alto como nunca, está sempre lá fazendo sombra a qualquer chance real de autoapreciação pelas inúmeras conquistas que toda mãe que trabalha coleciona em seu cotidiano. A solução para acabar com a idealização que afunda a autoestima está também no sarrafo. Que tal colocá-lo numa altura mais humana, real e justa com você mesma?
2. SEM MICROGERENCIAMENTO
O pai não dá banho no filho da mesma maneira que você. A avó não coloca a criança para dormir no horário correto. Ser capaz de aceitar ajuda implica, necessariamente, entender que as coisas serão feitas de um jeito distinto (talvez melhor, até) – já que todos somos diferentes. Partir desse pressuposto pode ajudá-la, e muito, a distribuir tarefas e responsabilidades e, assim, liberá-la para ter mais tempo de curtir (as crianças, a happy hour do trabalho ou a sua própria existência).
4. TOME A INICIATIVA
Há aqueles pais que querem dividir os cuidados com o filho, mas não sabem muito como ou no quê; e há os que estão confortáveis com o fato de a mãe ficar com a maior parte da responsabilidade pela criança ou pela casa ou por ambos. Se você já concluiu que lhe fará bem compartilhar as tarefas, proponha, delegue e desapegue de verdade. É um aprendizado para todos, e a família inteira pode sair ganhando.
Há livros autobiográficos que a gente nem imagina. Girafas vem para nós por uma amorosa lembrança do premiado autor Jean-Claude, que decidiu contar um momento especial da infância com o pai. Como a criança da história, insistia em que o pai desenhasse uma girafa atrás da outra. “Meu pai fazia assim mesmo, com pescoções bem compridos e perninhas de palito de fósforo. Ver meu pai desenhando me deixou louco de querer também desenhar como ele”, conta. No livro, o pai é super bem-humorado, e diverte o filho desenhando os animais cheios de acessórios e cores. No fim das contas, a obra, digamos, se mistura a uma função de livro informativo: brincar de contar de 1 a 10. Mas como é de qualidade indiscutível, nos dá mais: projeto gráfico simples e criativo (formato fundamental, confiram!), enredo envolvente e uma vontade doida de desenhar girafas de presente. (Girafas, Jean-Claude, Ed. Brinque-Book, R$ 39,50. A partir de 2 anos)
2- Presentes que precisamos
Uma porta se abre, uma menininha olha para fora e pergunta: quem você trouxe? O primeiro chega e diz “eu trouxe o sol”; o segundo, “eu trouxe a chuva”; o terceiro, “o riso”; outro mais, “a curiosidade”, e por aí vai. Imensas ilustrações conversam com essas visitas a cada dupla de páginas e nos provocam reflexões sobre começos e finais de histórias em nossas vidas. (Quem você trouxe?, de Cris Eich, Paulinas, R$ 29,90. A partir de 3 anos)
3 - Companhia inesperada
Nora está entediada e a avó aconselha que ela vá ao jardim brincar, pois lá há libélulas do tamanho de passarinhos e, naquele dia, ela avistara também um tigre. Tigre? A menina sabe que aquilo seria impossível, mas vai conferir. Quando menos se espera... é ele! Será? A dupla de páginas onde os dois se encontram parece um pôster, e o que corre a seguir é uma deliciosa conversa improvável entre um tigre e alguém que aceita o convite à imaginação. (Tem um tigre no jardim, de Lizzy Stewart, tradução Sonia Pinheiro, Salamandra, R$ 46. A partir de 5 anos)
4 - De onde você está olhando?
A obra é uma brincadeira, mas não está anunciada: parece uma simples história de dois irmãos que vão brincar no parque e levam aqueles túneis de brinquedo de pano. Mas, desde a capa, o leitor é obrigado a mexer o livro. Para ler o nome dele, na horizontal; para ler o nome dos autores, na vertical. Dentro, diálogos e imagens convidam: ora estamos olhando como a menina, ora como o menino, ora como o pássaro que voa lá no céu... Assinado por duas mulheres feras do livro ilustrado. (O túnel, de Renata Bueno e Veridiana Scarpelli, FTD, R$ 39. A partir de 3 anos)
5 - Adorável perguntadeira
Cumarim nasceu tão agitada que até ganhou nome de pimenta! A curiosidade da menina levou-a a conhecer muita gente, sensações, danças, sabores, mas nada foi tão impactante quanto encontrar o Reino das Palavras. A escritora, Rosane Almeida, é a grande parceira de Antonio Nóbrega no Instituto Brincante (SP), onde a história já foi peça de teatro. Com um belíssimo projeto gráfico e ilustrações marcantes, canções e brincadeiras permeiam a narrativa, e vídeos podem ser vistos via QR Code. (Cumarim, a pimenta do reino, de Rosane Almeida e William Santiago, FTD, R$ 45. A partir de 7 anos)
"Ainda não consegui desfraldar minha filha de 5 anos à noite porque ela faz xixi a todo momento. Ela já passou por exames e não tem infecção urinária. O que pode ser?". A dúvida é da mãe Rosemeire Bermudes, mas poderia ser de muitas outras. Muitas crianças costumam deixar a fralda do dia mais rapidamente do que a da noite, que, geralmente, acaba se tornando um desafio para muitas famílias.
Segundo a pediatra Ana Escobar, o desfralde normalmente começa aos 2 anos. "Em geral, até os 3, as crianças já conseguem ficar sem a fralda durante o dia. Entre 3 e 5, também desfraldam à noite. No entanto, é importante saber que podem ocorrer muitas situações nesse período, como uma alteração anatômica nas vias urinárias que impeça a criança de controlar o xixi. Além disso, também podem acontecer situações emocionais específicas, que fazem com que o adeus à fralda seja mais demorado", explica.
A pediatra esclarece ainda que algumas crianças podem controlar o xixi, mas pedir a fralda para fazer cocô. Outras regulam bem o cocô, e o xixi escapa. Cada caso deve ser analisado e tratado separadamente. "A dica principal é: converse com o pediatra do seu filho para planejar a retirada da fralda noturna", diz a doutora Ana. É a melhor maneira de evitar dores de cabeça e preocupações desnecessárias!
Que tal inovar nas sobremesas? A chef patissier Neire Siqueira, do restaurante Baby Beef Jardim, do ABC São Paulo, ensina o preparo de uma sobremesas criada especialmente para as festas de final de ano: torta de queijo de cabra com figo! Uma combinação que vai surpreender seus convidados!
Massa
— 200 gramas de biscoito amanteigado triturado
— 50 gramas de manteiga derretida
— 20 gramas de açúcar
Misture todos os ingredientes em um bowl e abra um uma forma de fundo falso de 25 cm de diâmetro. Leve para assar por 10 mim a 180 graus.
Recheio
— 350 gramas de cream cheese
— 120 gramas de queijo de cabra cremoso
— Suco de 1 limão
— Raspas de 1 limão
— 2 ovos
— 150 gramas de creme de leite
— 250 gramas de açúcar
Bata os queijos na batedeira com o açúcar. Acrescente o suco e as raspas de limão, os ovos e o creme de leite, e misture bem. Despeje a mistura na base já assada, e leve ao forno novamente a 120 graus por 40 mim ou até ficar douradinha. Está pronto! É só decorar com os figos cortados e servir!
Eu sei que se eu perguntar a qualquer pai ou mãe o que eles mais desejam para os filhos, a resposta provavelmente será: “Quero que meu filho seja feliz". Mas quase sempre enquanto os filhos crescem, os pais também querem que seus filhos sejam seguros e resilientes, sabendo que o mundo pode ser um lugar difícil e que, para serem realmente bem-sucedidos na vida – no que eles desejam fazer e ser – os filhos precisam desenvolver certas habilidades emocionais. Os pais também dirão que querem que seus filhos sejam "gentis", "cuidadosos", "respeitosos" e, muitas vezes, "bem-sucedidos" e "inteligentes". Todos esses são valores que a maioria de nós compartilha. Quem não gostaria que uma criança crescesse para ser gentil, atenciosa, bem-sucedida e feliz? Mas podemos realmente fazer nossos filhos felizes? Podemos forçá-los a serem genuinamente gentis? Não. Realmente não podemos fazer nossos filhos fazerem nada. Podemos beijá-los, amá-los, abraçá-los e entregá-los. Podemos inscrevê-los em inúmeras atividades, planejar encontros e férias, dar-lhes aulas de música, aulas de mandarim, ginástica, futebol e balé, e fazer o possível para levá-los às melhores escolas. Mas pense por um momento - é realmente a “felicidade” o que estamos procurando?
Esse impulso que temos como pais de nos lançarmos em ajudar os pequenos a conquistarem a sonhada felicidade muitas vezes começa cedo, enquanto eles ainda são bebês. Assim, nossos bebezinhos são autorizados a chorar, cuspir e acordar durante a noite, até que tenham cerca de um ano e dez meses. Mas quando completam 2 anos, de repente, é como se da noite para o dia, tivéssemos um novo conjunto de regras para eles: queremos que eles se compartilhem coisas, ouçam, sigam as regras e que "sejam legais". Assim como mudamos nossas expectativas em relação aos nossos bebês que já não são mais como antes, as crianças também mudam. Mudam porque estão buscando se agarrar a sua própria identidade. Os pais costumam pensar que estão oferecendo o melhor para seus filhos, quando se colocam no caminho dos pequenos justamente quando esses estão experienciando coisas que os ajudarão a se tornarem mais resilientes, empáticos e maduros. Na verdade, tudo o que os pais estão fazendo, nesse contexto, é bloquear o desenvolvimento maturacional da criança. Quando, involuntariamente ou não, ignoramos isso, tentamos moldar nossos filhos e seu comportamento de acordo com algumas expectativas preconcebidas que temos sobre quem eles são e quem pensamos que deveriam ser, rotulando-os e, de alguma forma, sufocando-os para que deem lugar a nossa idealização.
Como forma de fazer essa criança atender às demandas da idealização dos pais e de seu desejo, eles começam a corrigi-la demais, criticá-la ou simplesmente tentam podá-la. Como adultos, vemos o comportamento errático de nossas crianças como algo que precisa ser controlado, porque elas parecem tão descontroladas, o que, do ponto de vista de adultos, realmente pode ser verdade. É aí que tendemos a recorrer a generalizações sobre os "dois terríveis" anos. Quando agimos dessa forma, podemos inadvertidamente sabotar o desenvolvimento de nossos filhos, afastar sua capacidade de entender a si mesmos, de explorar o mundo de uma maneira que faça sentido para eles e incentive sua curiosidade. Truncamos a motivação deles para aprender. Tiramos a confiança deles para criar relacionamentos e, o mais importante de tudo, interrompemos a capacidade de desenvolver as habilidades emocionais necessárias para que eles tenham sucesso na escola e na vida. Entendendo sucesso como a capacidade que uma pessoa tem, de maneira confiante, explorar o mundo ao seu redor com entusiasmo e curiosidade, sem medo de cometer erros; sentindo-se segura o suficiente para começar e de se recompor diante de uma decepção.
Então, o que os pais podem fazer para interagir melhor com os filhos sobretudo a partir dos dois anos? Eles podem:
1. Ouvir os filhos em vez de apenas conversar e direcioná-los.
2. Dar a eles liberdade para brincar e explorar o mundo de forma mais autônoma.
3. Permitir aos filhos a oportunidade de se esforçar para realizar algo e falhar.
4. Trabalhar para entender quem é cada criança e o que ela precisa em uma determinada idade.
5. Dar aos filhos limites e orientação.
Essas ações simples dão a qualquer criança uma base sólida para crescer durante um período em que está apenas começando a testar e entender a si mesma em relação aos outros, a responder e a gerenciar seus sentimentos complicados. Ao interagirmos com os nossos filhos dessa forma, temos só a ganhar. Primeiro, conseguiremos escolher melhor nossas batalhas, porque seremos capazes de visualizar de maneira mais clara o que o nosso filho realmente precisa em determinado momento. Além disso, poderemos nos tornar flexíveis o suficiente para oferecer às crianças opções e, ao mesmo tempo, o suporte e o limite de que necessitam.
"Conheci a Carol e já de surpresa soube que ela carregava um pacotinho. Nossa, que susto! Deus, será eu já serei pai assim? Rs Muita gente veio me perguntar se eu seria pai, mas eu explicava que eu não era o biológico. Mesmo assim, aceitei ela do jeitinho que chegou até mim. Hoje, eu aprendi o significado do amor de um pai e aqui está essa coisa mais linda. Obrigado meu amor, por me amar e ter aceitado que eu participasse dessa linda história. Amo vocês duas. Obs: fui privilegiado por assistir esse parto". Bastou que o professor de dança e empresário Edgar Costa, 27 anos, de Campinas, São Paulo, postasse esse texto em suas redes sociais para que suas palavras viralizassem pelo país todo.
A história de amor arrancou suspiros, mas também duras críticas. Edgar se manteve forte. A CRESCER foi atrás desse paizão de primeira viagem (e da Carol, é claro!) para entender melhor como tudo aconteceu e, para nossa surpresa, a história é ainda mais incrível do que parece. Quando Edgar conheceu a corretora imobiliária Caroline da Cruz Oliveira, 27, ela já estava grávida, porém, ainda no início da gestação. "Cansada de ser usada e magoada por relacionamentos que não me respeitavam ou que não me dessem esperança e confiança, clamei a Deus que colocasse na minha vida, um homem que soubesse me tratar como mulher; que me respeitasse; que tivesse os mesmos objetivos que eu de construir uma família", lembra Carol. "Deus sabe o tempo certo de todas as coisas. Quando parecia que Deus tinha esquecido, aparece uma pessoa através do Uber. Não fui abandonada ou rejeitada pelo pai da criança, apenas aconteceu de forma não planejada. E uma semana após conhecê-lo, decidimos marcar um encontro. Então, nesse dia, sem que eu pudesse imaginar, eu estava conhecendo o amor da minha vida...", diz ela.
"Na trajetória da minha vida conheci muitas pessoas e, quando achava que tinha encontrado a pessoa certa, sempre dava alguma coisa errada. Um dia, conversando com Deus, disse que não iria mais tentar achar o amor e que aguardaria a vontade dele. Até que conheci a Carol, que pediu para que eu fizesse uma corrida para ela até a cidade vizinha. O que era para ser apenas uma negociação de rota e valores, despertou um interesse. Queria saber sobre a história dela e fomos conversando nesse sentido. Até que, uma semana depois, percebi pelas fotos do aplicativo, que ela estava grávida e me interessei pela história de vida. Mais uma vez, começamos a conversar. Além de muito atraente, ela tinha conteúdo. Me encantei com a forma com que ela falava da vida e dos seus objetivos. Confesso que num primeiro momento, achei que seria só uma amizade, porém, algo a mais despertou em mim. Tive, sim, medo de me envolver por ela estar grávida de um filho que não era meu. Não sabia o que isso acarretaria caso tivéssemos uma relação. Mas, então, o medo passou tão despercebido que, sem querer, me envolvi. Ela me completa a ponto de a gravidez não ser um impedimento. Foi tudo muito natural e, quando eu vi, já estava envolvido emocionalmente com aquela gestação e cuidando delas, fazendo tudo o que estava ao meu alcance. Claro que algumas pessoas próximas vieram me dar conselhos. Quando perguntavam sobre o pai biológico, eu sempre respondi que ele assumiria as responsabilidades dele. Eu apenas me apaixonei por alguém que estava grávida. É aí que a nossa história começa. Em um mês a pedi em namoro, com uma declaração linda a qual sempre sonhei em fazer para a mulher que caminha comigo. Dois meses depois, ela é que me surpreendeu com uma tal sugestão de se casar. E eu não tive nenhuma dúvida. Respondi que também era o que eu queria. Então, vocês me perguntam: mas tão rápido assim? Quando está nos planos de Deus, não tem porque esperar. Vamos nos casar no final do ano que vem e nos guardar até esse momento, para que Deus venha nos abençoar. Nesse tempo juntos, para a alegria de nossas vidas, a Lara veio ao mundo. Estou apaixonado por essas duas mulheres e tudo que estiver ao meu alcance, vou fazer por elas. Nisso tudo, ganhei um momento único e muito lindo em minha vida, que foi assistir ao parto. Estar ali, mesmo não sendo o pai biológico e somente um namorado, foi importante, pois ela poderia escolher qualquer um da família, mas me escolheu! Foi um momento maravilhoso, foi uma sensação incrível. Confesso que fiquei nervoso e impaciente por ver o sofrimento dela e tudo que uma mulher passa, mas me mantive forte. Enfim, Lara nasceu e minha emoção foi tanta que queria compartilhar com meus amigos e familiares, mas não tinha noção da repercussão que aquela declaração iria causar. Amei ver o carinho das pessoas, porém, infelizmente, em meio a tantas palavras positivas e de apoio, também teve comentários negativos. A maioria era de homens e não entendo o porquê de tanto ódio. Difamaram a mim e a minha namorada e até a nossa bebê. Ficamos chateados e, então, decidimos apagar a declaração."
Edgar apagou o post que fez anunciando a chegada da pequena Lara, mas suas palavras renderam tantos compartilhamentos, ela que elas continuam sendo lidas por milhares de pessoas. "Que lindo! Hoje em dia está tão difícil as pessoas terem amor umas com as outras, que histórias assim nos surpreendem", escreveu uma pessoa. "Isso é um presente de Deus aos três", disse outra. "Ela teve a sorte de encontrar seu amor verdadeiro que a amasse e aceitasse sem questionamentos", completou mais uma. "Agradecemos a todos que tiveram empatia e nos desejaram felicidade. Sei que esse é o começo da nossa história, mas tenho certeza que é um testemunho de amor que servirá de exemplo para outras pessoas", finalizou Edgar.
O que pode ser um “quintal”? Para a jornalista e escritora Gabriela Romeu, é o lugar da convivência, o espaço da casa onde se suspende o tempo, onde jogamos nossos cacarecos, as coisas sem uso e sem serventia, mas ricas para a experiência das crianças. Só das crianças? Ao lado da também jornalista Marlene Peret e do fotógrafo Samuel Macedo, parceiros do projeto Infâncias há mais de dez anos, ela brinca e lança este mês o livro Lá no meu quintal (Peirópolis), um apanhado de informações e afetos após visitar quintais em vários lugares do Brasil.
O livro nos revela, em diversas linguagens, uma porção de preciosidades brasileiras. Rio, bicho, canto, madeira, pedra: lugares vivos que se transformam por lutas ou descasos, mas que nos fazem também querer resistir. Uma edição primorosa – que teve o toque final do ilustrador Kammal João – nos exibe fotos, mapas, brincadeira para aprender a fazer (ou lembrar), curiosidades sobre a nossa gente, receitas, cantigas e muitas infâncias. “A gente vive num país em que generosidade é a matéria-prima. Pegamos muita carona, pudemos entrar em muitos lugares. Claro que sempre há um diálogo anterior com os adultos, as lideranças, as instituições, mas as embaixadoras mesmo são as crianças. Com elas, exercitamos estar no lugar de aprendizes, porque elas são as mestres dos seus fazeres, são as donas de seus quintais. São grandes narradoras de mundo”, diz Gabriela Romeu. Recomenda-se que seja lido em conjunto, misturando infâncias de várias idades e memórias.
As festas de final e início de ano são sempre muito esperadas por todos nós, seja para celebrar a vida, agradecer o ano que está terminando, aumentar as nossas esperanças ou fortalecer o vínculo fraterno e afetivo entre nossos familiares e amigos, não é mesmo? Portanto, passar o Natal e/ou a virada de ano novo em uma UTI Neonatal não é nada fácil. Lembro me como se fosse hoje dos dias 24/ 12/ 12 e 31/12/2012. Minha bebê prematura extrema, nascida com 23 semanas e 1 dia, estava lutando bravamente pela vida. Aquele Natal e aquela virada de ano novo teriam que ser celebrados de forma distinta: com a equipe e pais de UTI Neonatal.
Naqueles dois momentos festivos de 2012, a minha família ou, melhor, a minha nova família não seria composta por avós, tios, sobrinhos e irmãos. A minha família seria formada por todos aqueles que cuidavam da minha filha e todos os pais de UTI Neonatal que estavam vivenciando a mesma situação que eu e meu marido.
Aprendi nas minhas duas estadias em uma UTI Neonatal que um dos maiores presentes que toda mãe e pai de UTI ganham é justamente poder contar com o acolhimento de outros pais que vivenciam ou que já vivenciaram o que estamos passando naquele exato momento. Saber que existem realidades semelhantes à sua é uma forma muito concreta de suporte afetivo e de fortalecimento interno, pois não nos sentimos sozinhos e solitários. Poder conversar com outros pais sobre as mesmas dificuldades, instabilidades clínicas, procedimentos cirúrgicos, procedimentos invasivos, fases e etapas que os nossos filhos também passarão ou que estejam passando, com certeza é um dos melhores presentes de Natal e de início de um novo ciclo. Justamente, porque esse encontro com a realidade dos outros pais pode nos trazer calma, confiança, esperança e aumentar a nossa certeza de que é possível vencermos os desafios impostos pela prematuridade. Aquele sentimento de bem estar e alegria que o Natal em família pode nos oferecer, também pode ser sentido em uma UTI Neonatal nesses momentos de trocas e acolhimento entre os pais.
Lembro-me que ficava horas e horas ouvindo e procurando experiências de mães e pais que tiveram os seus filhos com menos de 25 semanas gestacionais e que haviam deixado relatos escritos em livros, no site do hospital e/ou em blogs. Conviver e entrar em contato com histórias tão semelhantes me acalentava o coração, além de ter a certeza de que aquelas mães estavam entendendo e compreendendo os meus sentimentos, os meus medos e as minhas angústias.
Quando alguma mãe me dizia pessoalmente, por telefone, por mensagem ou por e-mail que entendia o que eu estava sentindo, uma paz interior ocupava o lugar da ansiedade e do medo. O abraço, o olhar, o colo, as palavras, os conselhos e as orientações de pais de UTI Neonatal tinham, para mim e meu marido, um outro poder e significado. As palavras soavam mais reais, o olhar parecia mais verdadeiro, o abraço tinha uma outra sensibilidade e os conselhos e as orientações não eram dados apenas segundo as frequências probabilísticas da ciência e da neonatologia, mas segundo a força do afeto e da esperança.
No Natal e na virada de ano novo, a sala de mães, para mim, foi um local muito importante. Ali, recebi muitos acolhimentos e muitos abraços transformadores. Com uma simples troca de olhar, muitas mães já entendiam e compreendiam o que estava se passando no meu coração.
E mães de longa permanência, como eu, aprendem transformar esses encontros de acolhimento em potentes oportunidades, capazes de regenerar todas as nossas esperanças. São tão intensos e verdadeiros os acolhimentos que recebemos de outros pais, que os mesmos se transformam em eternos amigos. Eternos porque nos marcam mesmo. Choram com a gente, rezam pelos nossos filhos, acompanham os procedimentos cirúrgicos, se alegram com as conquistas e nos acolhem em qualquer lugar, como, por exemplo, no estacionamento do hospital. São eternos porque nos tornamos irmãos, não diante dos laços sanguíneos, mas diante de laços afetivos.
Passei o Natal, o Ano Novo e algumas outras datas festivas em uma UTI Neonatal. Como presente, convivi e conheci diferentes grupos de pais e que hoje fazem parte da minha vida e da vida dos meus filhos, em especial da vida da minha filha mais velha. Com esses pais pude consolidar amizades verdadeiras, justamente porque foram construídas diante da dor, do sofrimento e do afeto.
Se você está enfrentando a prematuridade nesse exato momento, desejo que saiba que as datas festivas podem e devem ser vividas em uma UTI Neonatal diante dos laços afetivos entre os pais e a equipe hospitalar. Sei o quanto é uma experiência muito difícil, mas que pode nos transformar em pessoas mais sensíveis ao sofrimento e a necessidade do outro. Aprendi que em momentos de dor, podemos sentir mais a força do afeto, da esperança, a robustez da fé, a delicadeza de um abraço, a sutileza de um olhar e a certeza de que é possível a VIDA, mesmo quando a batalha pela sobrevivência é intensa e longa.
E se você que está me lendo nesse exato momento, já passou por uma UTI Neonatal, tente reencontrar os pais e/ ou profissionais que compartilharam com você momentos de tristeza e alegria. Vivenciar o Natal ou o Ano Novo com pessoas que já fizeram a diferença em nossas vidas, com certeza é um grande presente com sabor de eterna gratidão ao que já passamos e vivemos, mesmo que a dor tenha sido extremamente significativa em nosso caminhar.
Um grande abraço, com felicitações e gratidão a todos os pais de UTI Neontal, em especial a todos que tive a honra em conhecê-los, Teresa Ruas, Marcel, Maitê Maria e Lucca.