Para muitas pessoas, fazer bolo é uma tradição de família. Começa-se desengaventando aquelas velhas receitas da vovó, com direito a boas memórias da infância - e lamber a colher logo depois de preparar a massa faz parte desse ritual. No entanto, uma médica australiana fez um recente alerta em suas redes sociais: "Com muitos de nós usando nosso tempo no confinamento para experimentar alguns bolos caseiros, todos sabemos que a melhor parte é lamber a colher, depois de combinarmos todos os ingredientes em uma tigela. Eu sei que alguns vão se perguntar porque 'diabos' eu tentaria assassinar essa tradição milenar - mas, por favor, saiba que eu amo bolo e amo crianças, mas lamber tigelas de bolo não é permitido em nossa casa porque pode ser arriscado", alerta Preeya Alexander.
Ela explica que o ovo cru não é o único perigo. "O consumo do ovo cru pode levar à salmonela, que pode causar dor abdominal e diarréia significativas", esclarece. No entanto, a médica disse que o que muitas pessoas não percebem é que a farinha pode abrigar bactérias como a E. coli. "A farinha é feita a partir de grãos cultivados em campos e os animais podem urinar ou defecar nas plantas, causando contaminação", alerta. "Aquecer e cozinhar a farinha mata o E.Coli. Já houve surtos da doença ligados à farinha antes. Portanto, a recomendação é cozinhá-la antes de comê-la", completa. "Não deixe seu filho lamber a tigela do bolo. A última coisa que você deseja para ele é uma diarréia", finalizou.
PALAVRA DE ESPECIALISTA BRASILEIRO
O pediatra brasileiro Nelson Douglas Ejzenbaum, membro da Academia Americana de Pediatria, reforça o alerta. No entanto, para ele, a preocupação maior é mesmo com o ovo. "O ovo não é um alimento para ser consumido cru. Ele pode causar algumas complicações, principalmente doenças bacterianas, mesmo que em pouca quantidade. Acredito que todo mundo conheça o que é a salmonelose, não é? Quanto a farinha, acredito que possa acontecer, mas seja mais difícil", diz.
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O especialista ainda faz outro alerta. "Como nutrólogo e pediatra o que também me preocupa é que podemos ter um de obesidade infantil com a quarentena. Os pais podem e devem fazer bolo, mas precisam limitar a quantidade que as crianças vão consumir. É preciso estar de olho no exagero", finaliza.
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