Friday, May 18, 2018

Projeto mostra como pais podem acrescentar novos alimentos ao cardápio das crianças

A "Expedição Primeiro Prato" promove a valorização de ingredientes nativos na introdução alimentar (Foto: Divulgação)

Por que os pais sempre oferecem as mesmas frutas às crianças? Foi essa dúvida que levou a chef Priscila Moretto a repensar seu cardápio de papinhas orgânicas. Acostumada a vender opções de sabores tradicionais - como banana, maçã, mamão, abacate - ela decidiu inovar e incluir nas receitas ingredientes menos comuns, como curry e ora-pro-nóbis. Mas a ideia fez pouco sucesso: mesmo com opções diferentes, as mães continuavam preferindo as mais triviais. “Percebi que elas não testavam novos sabores porque não tinham conhecimento de que as crianças podem, sim, conhecer ingredientes diferentes”, conta Priscila.

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Esse foi o empurrãozinho que faltava para que a chef começasse a pesquisar como poderia trazer mais variedade de sabores para a alimentação das crianças. Ao lado da amiga e publicitária Karina Almeida, colocou esse desejo em prática e criou um projeto para divulgar a importância nutricional e cultural dos ingredientes típicos brasileiros. A ideia deu tão certo que ganhou financiamento do governo do estado do São Paulo e, depois de dois anos, pode sair do papel. Hoje, a “Expedição Primeiro Prato” conta com uma plataforma online de conteúdos sobre como “educar o gosto” das crianças desde as primeiras colheradas.

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Como funciona o projeto

A ideia inicial do projeto era visitar comunidades que vivem em maior contato com a natureza, observar como era a alimentação das crianças que viviam ali e, a partir disso, apresentar às famílias novos ingredientes para oferecer aos filhos. “Com o tempo, percebemos que o projeto poderia ser muito mais rico do que isso. Mais do que mostrar o que essas pessoas comiam, precisávamos olhar para os hábitos alimentares dessas comunidades”, explica Karine Durães, nutricionista da “Expedição Primeiro Prato”.

As descobertas começaram logo na primeira visita à terra indígena do Krukutu, na cidade de São Paulo. Por lá, notaram que as crianças tinham o milho como a base da alimentação e antes dos dois anos praticamente não ingeriam carne. Segundo Karina Almeida, essas diferenças de tradições nos ajudam a entender a alimentar como uma questão identitária e cultural: “O projeto serviu para nos mostrar que quando falamos em alimentação não existe certo e errado. O que existem são novas referências, que nem sempre fazem parte do nosso dia a dia”.

Priscila e Karina pretendem, até o fim de agosto, visitar mais duas comunidades da Mata Atlântica Paulista - as quilombolas da região de Eldorado e uma caiçara na região de Ubatuba - e disponibilizar na plataforma todas as descobertas que fizerem nesses lugares. Mas uma segunda fase da “Expedição Primeiro Prato” ainda depende da entrada de mais recursos financeiros. “O que temos até agora é um projeto piloto. Para que a gente possa expandir esse trabalho para outros biomas do Brasil, precisamos de apoio”, explica Priscila.

selo app crescer (Foto: Crescer)

 



from Crescer https://revistacrescer.globo.com/Bebes/Alimentacao/noticia/2018/05/projeto-mostra-como-pais-podem-acrescentar-novos-alimentos-ao-cardapio-das-criancas.html

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