A greve dos caminhoneiros já completa cinco dias. Negociações vão e vêm, mas, na prática, isso tem interferido na rotina de muitas famílias. Por conta da dificuldade de usar o transporte público e de abastecer os carros nos postos de gasolina, há quem prefira trabalhar de casa, quando a profissão permite. No entanto, se você já tentou fazer home office com crianças pequenas por perto, sabe que essa é uma missão quase impossível. Pensando nisso, reunimos algumas dicas para você conseguir ser produtivo mesmo assim. Confira!
Quem não se lembra da aparição dos filhos do professor americano Robert Kelly, durante uma entrevista ao vivo para rede britânica BBC? O vídeo, que mostra Marion, 4 anos entrando alegremente no escritório do pai, ganhou o mundo e já tem mais de 30 milhões de visualizações no YouTube. Nem a presença da mãe em casa impediu que as crianças se aproveitassem dessa “falha na segurança” no home office do pai. Ainda que você não escape de situações como a de Robert, é preciso ter ajuda. Então, se não puder pagar um cuidador e seu filho fica na escola apenas meio período, peça ajuda para a tia, a avó, a vizinha e reveze com o pai os cuidados com as crianças.
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No livro A Mente Organizada — Como Pensar com Clareza na Era da Informação (Ed. Objetiva), o neurocientista americano Daniel Levitin afirma que quem não se organiza corre o risco de deixar aos outros a escolha do objeto de sua atenção no dia a dia. No caso do home office, esses “outros” podem ser as crianças. O administrador Alexandre Moço de Barros, que pesquisou o home office para sua dissertação de mestrado pela PUC-RJ, dá algumas dicas para que as demandas com a casa e com a família não prejudiquem o rendimento do trabalho. Segundo ele, pais e mães têm de fazer uma to do list, ou seja, uma lista com todas as tarefas profissionais que precisam ser realizadas e entregues a curto, médio e longo prazo. Também é importante não misturar trabalho com vida pessoal. Deixe para pagar as contas, ir ao supermercado ou levar o cachorro para fazer xixi no fim do expediente ou no horário de almoço. Isso ajuda a deixar o trabalho sempre em dia, ficando mais fácil curtir a flexibilidade de horários.
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Essa é uma das regras mais difíceis de serem respeitadas. Mas, segundo especialistas em teletrabalho, o pijama pode ser inimigo da produtividade. “É importante que o nosso cérebro entenda que estamos prontos para o trabalho. Não precisa se arrumar para ficar em casa, mas também não dá para passar o dia inteiro de roupas de dormir”, diz Cleo Carneiro. Segundo um estudo sobre o home office feito pela professora Susanne Tietze, da Nottingham Business School (Reino Unido), vestir-se bem mesmo quando se está trabalhando em casa pode trazer outro benefício: passar a imagem de alguém ocupado, deixando claro que não está disponível para interrupções desnecessárias.
Nem sempre quem trabalha em casa consegue ter tempo de qualidade com os filhos. Segundo a psicológa e psicanalista Maiana Rappaport, “o fato de você estar em casa não quer dizer que esteja com seu filho”. Ou seja, é preciso se organizar para aproveitar as chances de um trabalho mais flexível para passar mais tempo com a criança. Então, programe seus horários e faça um esforço para cumpri-los.
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Esse é um dos pontos mais importantes do home office, segundo Alexandre de Barros. Ele ressalta que a maioria das casas e dos apartamentos não foi planejada para ser um local de trabalho. Geralmente, os ambientes são pequenos, com dois ou três quartos já ocupados pelo casal e pelos filhos, e, por isso, muitas pessoas acabam se instalando em espaços improvisados, “em um canto da sala” ou até no sofá, com o laptop no colo, analisa. O problema disso? “Se o trabalhador não tem um espaço bem delimitado, não vai conseguir fazer nada direito, porque vai passar o tempo todo sendo interrompido pela televisão, pelo filho correndo de um lado para o outro, além de ouvir todos os barulhos que vêm da cozinha, por exemplo. Um ambiente adequado não precisa ser luxuoso, mas tem de ser isolado do restante da casa”, sugere. Vale lembrar que, além disso, os móveis do escritório têm de ser ergonômicos e confortáveis, como os dos escritórios das empresas, para que o trabalhador não corra o risco de sofrer qualquer tipo de lesão.
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