Se sua resposta a essa pergunta for: balas, pirulitos, batata frita, hambúrguer, cachorro-quente, macarrão, gelatina, leite com achocolatado, brigadeiro e outros alimentos desse tipo, é melhor parar e refletir. Por mais que a gente ache que criança precisa se divertir e aproveitar a infância, pense bem: tudo isso não precisa necessariamente estar ligado à comida, principalmente se a base dela for composta de guloseimas e supérfluos.
Claro que precisamos de uma alimentação equilibrada - e isso também inclui uma ou outra guloseima de vez em quando. Mas o equilíbrio de verdade não é colocar na lancheira bolacha recheada todo dia, batata-fria no almoço várias vezes por semana e fast food com direito a sorvete todo fim de semana. Esses tipos de escolhas, com frequência, fazem parte de maus hábitos alimentares. Nem o adulto, que dirá a criança, deveria comer assim.
Mas não se desespere! Minha receita e dica de alimentação saudável é super simples: caso seu filho tiver a idade certa e não apresentar nenhuma doença, por exemplo, que o impeça de comer algum tipo de alimento, ele pode comer de tudo, sim. Porém, repito, com equilíbrio de verdade. Esse é o melhor incentivo para desenvolver uma relação saudável com a comida desde cedo.
Agora voltando ao tema comida de criança... para mim, é aquela comidinha caseira de mãe, sabe? Aquela feita com amor, apesar da correria. À base de ingredientes e temperos naturais, que encontramos na feira e cujo colorido da embalagem é o do próprio alimento e não há necessidade de personagens para vendê-los. Em outras palavras, comida de criança é arroz, feijão, bife, purê de batata e brócolis refogado com uma saladinha básica de entrada. A sobremesa? Fruta, claro. Ou então um macarrão à bolonhesa, uma lasanha de queijo e vegetais, uma sopa caprichada em dias frios. Pizza e churrasco no fim de semana também pode, claro. Mas de preferência sem embutidos (como linguiça) para os pequenos.
Já os doces também entram nessa. Eles fazem parte da nossa vida e da vida das crianças, não há como negar. Só que não precisa ser um hábito diário. Em primeiro lugar, como falei, é preciso esperar a idade certa para oferecer doces às crianças, ou seja, nada de açúcar antes dos 2 anos. Eles não precisam de bala, chocolate, chiclete e afins. Permita-se acreditar que um prato colorido de opções saudáveis é tão gostoso quanto uma porção de fritura. Permita-se acreditar que um bolo simples caseiro é tão gostoso quanto o cheio de coberturas.
Se ainda não consegue, por conta de velhos hábitos, permita que ao menos os seus filhos desenvolvam novos padrões em relação ao que está na mesa. Lá na frente, eles vão agradecer mais do que quando ganham um monte de chocolate hoje.
A nutricionista Paola Preusse, mãe da Maria Clara (e de 2 cachorros fofos), é autora do blog Maternidade Colorida
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